Mensalão, petrolão e, agora, rachadinha

A praga do nepotismo

Alguns até o são, reconheça-se, mas esses são exceção da exceção. Por isso, já passou da hora de extirpar na administração pública essa praga chamada nepotismo

Aqui e acolá nos deparamos com notícias sobre o nepotismo. Agora mesmo tomamos conhecimento de possível casos de nepotismo na prefeitura de Cacoal. Quem trouxe a informação foi o jornal Extra de Rondônia, cuja matéria foi reproduzida pelo jornal Tudo Rondônia. O denunciante é o vereador Valdomiro Corá. Por isso, fará bem a Câmara Municipal de Cacoal aproveitar a oportunidade para providenciar medidas para acabar de uma vez por todas com o nepotismo.

A bem da verdade, o povo não aceita, tampouco admite que o favorecimento gracioso a parentes de políticos e autoridades públicas continuem sendo uma prática comum nas instituições e repartições públicas. Essa situação, diga-se de passagem, subverte a lógica da Constituição Federal que dispõe sobre a admissão de pessoal no serviço público apenas mediante concurso. Lamentavelmente, não é isso o que se verifica na prática, senão o inchaço quase teratológico das folhas de pagamento por conta do descaramento de uma parcela de dirigentes em beneficiar alguns dos seus parentes e aderentes.

Longe de mim, contudo, dizer que isso esteja acontecendo na prefeitura de Cacoal, motivo pelo qual é preciso investigar o caso, até porque a prática do nepotismo, pelo que se tem visto, não é uma exclusividade dessa ou daquela instituição, desse ou daquele poder. Nesse caso, cabe à Câmara Municipal chamar para si a responsabilidade de largar na frente na luta contra o nepotismo, apresentando ao plenário uma Emenda à Lei Orgânica do Município versando sobre a extinção dessa prática perniciosa, tanto no Legislativo quanto no Executivo.

Trata-se, sem dúvida, de uma matéria de grande interesse social, cuja votação não pode ser postergada por mais tempo. Logo, é imperioso que os poderes Executivo e Legislativo de Cacoal também se quedem à voz rouca das ruas, em última análise, e sigam os mesmos caminhos adotados por alguns municípios e câmaras municipais. Isso porque já não convence o argumento comumente usado por políticos, nas mais diferentes esferas de poder, de que os parentes por eles admitidos em seus gabinetes e/ou repartições públicas são pessoas de reconhecida competência técnica para a função indicada. Alguns até o são, reconheça-se, mas esses são exceção da exceção. Por isso, já passou da hora de extirpar na administração pública essa praga chamada nepotismo.

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