O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou denúncia formal contra Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, e outros ex-dirigentes do clube, acusando-os de lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado. O processo está relacionado ao controverso contrato de patrocínio com a VaideBet, fechado em 2023, que teria utilizado empresas de fachada para desviar recursos do clube.
A denúncia foi inicialmente divulgada pelo ge.globo e confirmada pelo Meu Timão. Além de Melo, foram denunciados Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing), Alex Cassundé (apontado como intermediário e sócio da Rede Social Media Design LTDA), e os empresários Victor Henrique de Shimada e Ulisses de Souza Jorge. Já Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico, não figura na lista de denunciados.
Segundo o MP, o grupo teria montado uma rede de empresas fantasmas para escoar o dinheiro vindo do Corinthians. O órgão solicitou bloqueio de bens dos envolvidos e pede indenização de R$ 40 milhões ao clube — valor que inclui R$ 1,4 milhão pagos em comissão e quase R$ 39 milhões correspondentes à multa rescisória devida à antiga patrocinadora Pixbet.
Em trechos da denúncia, os promotores apontam que o dinheiro percorreu “caminhos tortuosos e ilegais”, passando por contas de empresas fictícias antes de chegar à UJ Football, empresa que, segundo investigações, seria vinculada ao crime organizado.
Com o oferecimento da denúncia, caberá à Justiça decidir se os acusados se tornarão réus. Caso a denúncia seja aceita, eles responderão a processo criminal, com realização de audiências, depoimentos e coleta de provas.
Paralelamente, o empresário Sandro dos Santos Ribeiro, que se apresenta como verdadeiro intermediário do contrato, acionou o Corinthians na Justiça cobrando R$ 8,4 milhões. Ele afirma ter atuado ao lado de Washington de Araújo Silva e Antônio Pereira dos Santos, conhecido como Toninho Duettos, na intermediação do acordo com a VaideBet.
O caso VaideBet
O contrato firmado em janeiro de 2023 previa R$ 360 milhões em três anos, sendo que 7% do total (cerca de R$ 25 milhões) ficariam com a intermediação. O Corinthians chegou a pagar R$ 1,4 milhão em duas parcelas a Alex Cassundé, que, segundo a investigação, repassou R$ 1 milhão à Neoway Soluções Integradas — empresa que seria uma “laranja” controlada por uma moradora de Peruíbe, sem qualquer relação com o clube.
As movimentações suspeitas e o envolvimento de empresas de fachada levaram a VaideBet a rescindir o contrato em junho de 2023.
Impacto político
A crise culminou no afastamento de Augusto Melo em maio deste ano, após votação do Conselho Deliberativo. Osmar Stabile assumiu a presidência de forma interina. O futuro de Melo será decidido em 9 de agosto, quando os sócios do clube irão votar em assembleia geral se ele voltará ao cargo ou será destituído definitivamente.
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