Ibama aprova simulação de emergência da Petrobras
Imagem: divulgação / internet

Ibama aprova simulação de emergência da Petrobras

Exercício envolveu mais de 400 pessoas e é passo importante para a liberação da perfuração em uma das áreas mais sensíveis da Amazônia

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou a simulação de emergência realizada pela Petrobras para avaliar os riscos e a capacidade de resposta em operações de perfuração na bacia da Foz do Amazonas. O exercício aconteceu em agosto de 2025 e reuniu cerca de 400 profissionais, entre técnicos da estatal, equipes terceirizadas e especialistas de órgãos de fiscalização.

O objetivo principal foi verificar como a empresa agiria em caso de vazamento de petróleo na região, considerada de extrema sensibilidade ambiental por abrigar áreas de grande biodiversidade marinha e ribeirinha. A simulação incluiu deslocamento de embarcações, acionamento de barreiras de contenção, uso de dispersantes químicos e a mobilização de equipes de resgate.

O Ibama informou que, apesar de discussões internas sobre a eficácia de algumas etapas, a simulação foi considerada satisfatória e recebeu aprovação condicionada. A decisão obriga a Petrobras a realizar ajustes técnicos no plano de emergência antes de seguir para etapas mais avançadas do processo de licenciamento.

Essa aprovação representa um avanço importante para a estatal, que busca há anos autorização para iniciar perfurações exploratórias na Foz do Amazonas. O projeto enfrenta resistências de ambientalistas e de comunidades da região, que temem os impactos de possíveis acidentes sobre a fauna marinha, manguezais e áreas de pesca artesanal.

Segundo técnicos que acompanharam o exercício, foram identificadas falhas na comunicação entre equipes, necessidade de ampliar a frota de embarcações de apoio e maior clareza no fluxo de tomada de decisão durante emergências. Esses pontos deverão ser corrigidos e reapresentados ao Ibama em relatórios complementares.

A Petrobras argumenta que possui experiência em operações marítimas e que está preparada para atuar com segurança na região. A empresa destaca que o investimento em equipamentos de contenção e em protocolos de resposta segue padrões internacionais, capazes de reduzir riscos de danos em caso de incidentes.

Já especialistas em meio ambiente alertam que, mesmo com planos de emergência robustos, o risco nunca é totalmente eliminado. Eles ressaltam que a Foz do Amazonas é uma região única, com ecossistemas que ainda estão sendo mapeados pela ciência, e que qualquer vazamento pode gerar consequências irreversíveis para comunidades costeiras e para a biodiversidade local.

O processo de licenciamento ambiental continuará com novas análises, audiências públicas e relatórios técnicos. A decisão final sobre a autorização de perfuração dependerá não apenas da adequação do plano de emergência, mas também da avaliação de impacto ambiental e da articulação com comunidades que vivem próximas à área de exploração.

Enquanto isso, a discussão em torno da exploração de petróleo na Amazônia segue mobilizando diferentes setores da sociedade. Para uns, trata-se de oportunidade de desenvolvimento econômico e geração de empregos; para outros, significa ameaça direta a um dos maiores patrimônios ambientais do planeta.

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