A arrecadação de recursos financeiros por meio de esquemas ilícitos tem sido uma prática recorrente em diversos setores políticos de Rondônia. Entre os casos mais emblemáticos, destaca-se o envolvimento de altos funcionários públicos em operações que revelaram esquemas de rachadinha, caixa dois e desvio de verba pública.
Um dos exemplos mais notórios ocorreu no Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO), onde um conselheiro substituto foi acusado de liderar um esquema de rachadinha. Ele exigia que servidores comissionados devolvessem parte de seus salários como condição para manterem seus cargos. Investigações conduzidas pelo Ministério Público apontaram indícios de crimes como peculato, concussão, associação criminosa e lavagem de dinheiro, práticas que perduraram por quase uma década. Como resultado da operação que investigava o caso, o conselheiro foi preso preventivamente, afastado de suas funções e teve bens bloqueados, totalizando aproximadamente R$ 9 milhões.
Outro caso relevante ocorreu na Câmara Municipal de Rolim de Moura, onde um ex-vereador foi condenado por improbidade administrativa devido à prática de rachadinha. Durante seu mandato, ele obrigava assessores a devolverem parte de seus salários, se apropriando ilegalmente desses valores. A investigação revelou que uma funcionária repassou mais de R$ 6.600 ao longo de seis meses. Como penalidade, ele teve seus direitos políticos suspensos por oito anos e foi condenado a pagar multa equivalente ao dobro do valor apropriado.
No cenário eleitoral, um escândalo de caixa dois marcou as eleições municipais de 2024 em Nova Mamoré. O prefeito reeleito foi flagrado transportando R$ 30 mil em espécie, quantia que não constava em sua prestação de contas. O Ministério Público Eleitoral sustenta que o valor seria destinado ao pagamento de cabos eleitorais e outras despesas de campanha. A Justiça Eleitoral abriu uma investigação que pode resultar na cassação de seu mandato e inelegibilidade por oito anos.
Por fim, a Operação Aleteia expôs um esquema de corrupção envolvendo um deputado estadual e a destinação de verbas emergenciais durante a pandemia de COVID-19. O parlamentar direcionou uma emenda de R$ 1 milhão para a compra de testes rápidos, beneficiando empresas que cobraram preços superfaturados. A investigação revelou sobrepreço de até 500%, indicando um esquema de pagamento de propinas. O deputado chegou a ser afastado temporariamente, mas retornou ao cargo após decisão judicial. A investigação ainda está em andamento e pode resultar em condenações por corrupção e improbidade administrativa.
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