Por que o teatro sobre o livro “Meu Terreiro, Meu Axé!” gerou polêmica e por que isso é um problema

Por que o teatro sobre o livro “Meu Terreiro, Meu Axé!” gerou polêmica e por que isso é um problema

O teatro, nesse caso, foi uma forma de aprender de maneira criativa, unindo cultura, arte, literatura e cidadania.

Na Escola Municipal Joaquim Vicente Rondon, foi realizada uma atividade especial com os alunos: a apresentação teatral do livro infantil Meu Terreiro, Meu Axé!, da escritora Zeneida de Navêzuarina. O objetivo foi ensinar às crianças a importância de respeitar as religiões, especialmente as de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, que fazem parte da cultura brasileira, mas ainda sofrem muito preconceito.

Essa atividade fazia parte de um projeto escolar e foi planejada com base em leis e regras da educação brasileira, como a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e o currículo municipal. Todas essas normas incentivam o respeito à diversidade, a valorização da cultura afro-brasileira e o combate à intolerância.

No entanto, a vereadora Sofia Andrade (PL) não concordou com a atividade e apresentou um Projeto de Lei tentando proibir esse tipo de conteúdo nas escolas. Segundo educadores e juristas, essa proposta é inconstitucional — ou seja, vai contra a Constituição Federal, que garante a liberdade religiosa e a autonomia das escolas para trabalhar seus projetos pedagógicos.

A autora do livro, Zeneida, respondeu nas redes sociais que a intenção do evento era justamente ensinar as crianças a respeitarem as diferenças desde pequenas, ajudando a combater o preconceito. Ela defendeu que todas as religiões merecem respeito, e que as crianças negras e de terreiros também têm o direito de se sentirem representadas na escola.

Além disso, é importante lembrar que o ensino religioso é facultativo nas escolas públicas, ou seja, os pais podem escolher se seus filhos vão participar ou não. A escola também tem o dever de seguir o seu Projeto Político-Pedagógico (PPP), que precisa estar de acordo com as leis da educação e com os princípios de igualdade e respeito.

O teatro, nesse caso, foi uma forma de aprender de maneira criativa, unindo cultura, arte, literatura e cidadania. Proibir esse tipo de atividade é um passo atrás, pois tira da escola o seu papel de formar cidadãos conscientes, respeitosos e preparados para viver em sociedade.

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