A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) vive um momento histórico. Pela primeira vez desde a criação do órgão, um representante árabe foi indicado para ocupar o cargo de diretor-geral. O escolhido é o egípcio Khaled el-Anani, ex-ministro de Antiguidades e Turismo do Egito, nome conhecido por sua atuação em grandes projetos de preservação do patrimônio histórico no país africano.
A decisão foi tomada neste domingo (5), em Paris, durante reunião do conselho executivo da agência. A nomeação ainda precisa ser ratificada pela conferência geral da UNESCO, que reúne 194 Estados-membros, mas a aprovação é considerada praticamente certa. El-Anani substituirá a francesa Audrey Azoulay, que ocupou o cargo desde 2017.
A escolha acontece em meio a mudanças políticas dentro do sistema das Nações Unidas e após a saída dos Estados Unidos da agência, ocorrida em setembro. O afastamento norte-americano, motivado por divergências diplomáticas, abriu espaço para uma reorganização interna, levando países africanos e árabes a ampliarem sua influência nas decisões.
Formado em arqueologia e com doutorado em egiptologia, Khaled el-Anani ganhou projeção internacional por comandar projetos como o novo Grande Museu Egípcio, em Gizé, e a restauração de templos antigos em Luxor e Assuã. Sua chegada à UNESCO é vista como um passo importante para fortalecer a presença cultural e científica de países do Oriente Médio e do norte da África dentro da comunidade internacional.
A cerimônia oficial de posse está prevista para novembro, em Paris. Até lá, el-Anani deve definir as prioridades de sua gestão, que devem girar em torno da preservação do patrimônio histórico em regiões de conflito e da ampliação do acesso à educação e à ciência em países em desenvolvimento.
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