o governador Mauro Mendes reconheceu nesta terça-feira (7) que parte das principais obras de Mato Grosso está atrasada por falta de profissionais qualificados. A declaração foi feita durante entrevista coletiva em Cuiabá, após questionamentos sobre o cronograma de execução de projetos financiados com recursos do Estado e de convênios federais.
Segundo Mendes, a situação atinge especialmente obras de pavimentação, construção de pontes e implantação de sistemas de saneamento em cidades do interior. “Temos dinheiro em caixa, material disponível e licitações concluídas, mas falta gente para trabalhar. O problema hoje não é financeiro, é a escassez de mão de obra qualificada”, afirmou.
Dados da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) apontam que cerca de 28 obras públicas estão com ritmo reduzido ou paralisadas por falta de equipes técnicas. A maior parte delas fica nas regiões Norte e Médio-Norte, como em Sinop, Alta Floresta, Sorriso e Colíder, onde há carência de pedreiros, eletricistas, operadores de máquinas e engenheiros civis.
O governador explicou que o Estado chegou a estudar a possibilidade de usar mão de obra de apenados do sistema prisional, mas esbarrou em restrições legais e falta de capacitação técnica. “Temos buscado parcerias com o Sistema S e com prefeituras para abrir cursos rápidos de qualificação, porque a demanda está muito acima da oferta”, acrescentou Mendes.
Além da construção civil, o setor de agronegócio também enfrenta o mesmo desafio. O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, informou que o déficit de trabalhadores atinge mais de 20 mil vagas em áreas como transporte, manutenção de máquinas agrícolas e montagem industrial. “O Estado vive um boom de obras e expansão econômica, mas não há gente suficiente para acompanhar o ritmo”, disse.
Enquanto o governo tenta reorganizar os prazos, a Sinfra deve prorrogar contratos e aplicar reajustes emergenciais para evitar abandono de canteiros. Mendes afirmou que não há risco de perda de recursos, mas admitiu que a entrega de várias obras deve ficar para o segundo semestre de 2026.
O caso acende alerta para o mercado de trabalho regional, que mesmo em expansão, sofre com a falta de capacitação técnica. O governo promete ampliar programas de formação profissional em parceria com o Senai e o IFMT ainda este ano.
Matéria baseada nas informações do portal Sapicuá News e dados oficiais da Sinfra/MT.
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