A Polícia Civil de Rondônia saiu cedo às ruas de Porto Velho nesta quinta, 13 de novembro, para cumprir mandados da Operação Pharmakon. O trabalho foi conduzido pela Delegacia Especializada em Crimes Contra o Consumidor e teve apoio do CREMERO, do Conselho Regional de Farmácia e da Vigilância Sanitária do município. O alvo eram locais que estariam oferecendo, prescrevendo e aplicando medicamentos controlados e de alta complexidade sem orientação médica, muitos usados em procedimentos estéticos e de emagrecimento.
Os mandados, expedidos pela 1ª Vara de Garantias, foram cumpridos em dois estabelecimentos e em residências ligadas aos investigados. As equipes apreenderam frascos de medicamentos controlados, substâncias manipuladas, prontuários, materiais de divulgação, aparelhos eletrônicos e documentos que ajudam a entender como funcionava o esquema.
As investigações começaram depois de uma denúncia do CREMERO apontando a oferta de “protocolos de emagrecimento” com tirzepatida, semaglutida e retatrutide. Esta última não tem registro na Anvisa, ainda está em fase experimental e é proibida no Brasil. Por atuar em três receptores hormonais ligados ao controle da glicose e do apetite, seu uso sem estudo concluído pode causar alterações hormonais, distúrbios metabólicos, hipoglicemia severa e problemas cardiovasculares. A venda ou aplicação desse tipo de substância se enquadra no artigo 273 do Código Penal.
Segundo a apuração, esses medicamentos eram ofertados sem prescrição e sem acompanhamento de profissional habilitado, o que contraria normas sanitárias e penais e coloca a saúde das pessoas em risco. O nome da operação vem do grego: pharmakon, que significa remédio e também veneno, lembrando que a mesma substância pode tratar ou causar dano dependendo do uso.
A Polícia Civil reforça que o consumo de produtos controlados ou experimentais sem orientação médica pode provocar intoxicação e complicações graves. A recomendação é que a população desconfie de anúncios em redes sociais que prometem emagrecimento rápido. As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e dimensionar a atuação do grupo.
Participe da nossa comunidade!
Clique aqui para entrar no grupo do WhatsApp
