Como a inalação de fumaça pode ser mais perigosa do que o próprio fogo

Como a inalação de fumaça pode ser mais perigosa do que o próprio fogo

A fumaça gerada por um incêndio pode ser letal por três razões principais: o calor extremo que pode danificar as vias respiratórias,

Em meio a incêndios, a imagem que geralmente vem à mente são as chamas devoradoras e o risco iminente de queimaduras. No entanto, o verdadeiro perigo pode não ser o fogo, mas a fumaça que ele gera. Estudos apontam que cerca de 80% das mortes em incêndios são causadas pela inalação de fumaça, não pelas queimaduras. Esses gases tóxicos, principalmente monóxido de carbono e cianeto, são os grandes vilões em situações de incêndio.

A fumaça gerada por um incêndio pode ser letal por três razões principais: o calor extremo que pode danificar as vias respiratórias, a falta de oxigênio no ambiente e a inalação de substâncias químicas tóxicas. Embora o calor da fumaça possa causar queimaduras, elas geralmente se limitam à área da orofaringe, pois o corpo tem mecanismos de defesa que protegem os pulmões do calor extremo. Contudo, em casos de inalação de vapor quente, que consegue manter sua alta temperatura até os pulmões, podem ocorrer lesões graves e até fatais.

Durante um incêndio, a concentração de oxigênio no ambiente pode cair drasticamente, especialmente em locais fechados. Isso leva à hipoxemia, uma condição em que o sangue e as células não recebem oxigênio suficiente. Além disso, a inalação de monóxido de carbono e cianeto agrava ainda mais a situação. Essas substâncias se ligam à hemoglobina, a proteína responsável por transportar oxigênio no sangue, impedindo que o oxigênio chegue às células do corpo.

A fumaça de incêndio é uma mistura complexa de partículas e gases, cuja composição varia de acordo com o material que está sendo queimado. Substâncias como dióxido de enxofre, amônia e cloro são altamente irritantes e podem causar inflamação, inchaço e até necrose dos tecidos pulmonares, levando à insuficiência respiratória aguda.

Em casos de inalação de fumaça, o atendimento médico imediato é essencial. Avaliar a respiração e as condições das vias aéreas superiores é crucial, pois o inchaço das vias respiratórias pode rapidamente bloquear a passagem de ar. Se necessário, o paciente deve ser intubado para garantir a abertura das vias respiratórias e evitar a insuficiência respiratória, a principal causa de mortes em incêndios. Pacientes expostos à fumaça devem ser monitorados por pelo menos 24 horas, mesmo que não apresentem sinais graves imediatamente após o incidente. Além disso, a suplementação de oxigênio a 100% é fundamental para combater a hipoxemia e melhorar a competição contra os gases tóxicos.

Nas primeiras horas após a exposição à fumaça, o maior risco é o inchaço das vias respiratórias e a hipoxemia. Após esse período, podem surgir sintomas de irritação das vias aéreas, como chiado no peito e tosse com produção excessiva de muco. Em casos graves, o tratamento com oxigênio hiperbárico pode ser necessário para remover o monóxido de carbono do sangue e melhorar a oxigenação. A longo prazo, a maioria dos sobreviventes de incêndios não apresenta sequelas graves. No entanto, alguns podem sofrer lesões permanentes nas cordas vocais ou enfrentar dificuldades respiratórias prolongadas. Aqueles que demoraram a receber tratamento adequado e sofreram hipoxemia prolongada correm o risco de desenvolver lesões neurológicas.

A inalação de fumaça é um risco grave e muitas vezes subestimado em situações de incêndio. A rápida identificação e tratamento dos sintomas são cruciais para a sobrevivência e recuperação dos pacientes. Além disso, a conscientização sobre os perigos da fumaça pode ajudar a salvar vidas em casos de incêndios futuros.

Fonte: Agência de Notícias

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