Editorial: Operações e denúncias pressionam gestão de Léo Moraes em Porto Velho
Imagem: reprodução / internet

Editorial: Operações e denúncias pressionam gestão de Léo Moraes em Porto Velho

Ações da polícia e órgãos de controle miram contratos e secretarias da Prefeitura; prefeito atribui falhas a herança da antiga administração

As operações deflagradas nas últimas semanas em Porto Velho começaram a mostrar resultado e devem se intensificar até o fim do ano. O clima dentro da Prefeitura é de tensão, com investigações em andamento e novas denúncias chegando diariamente aos órgãos de controle. O prefeito Léo Moraes (PODEMOS), que enfrenta os primeiros grandes dissabores de sua gestão, reconheceu publicamente que os problemas têm origem em atos praticados por servidores comissionados que ainda atuavam desde o governo anterior, de Hildon Chaves.

Em entrevista recente, Léo afirmou que parte dos desvios identificados envolvem um funcionário que já foi exonerado. A declaração ocorreu após a operação que atingiu a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), conduzida pelo médico Jaime Gazola. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o secretário assegurou que não há envolvimento de ninguém do alto escalão da pasta, classificando o episódio como uma ação isolada de um servidor.

O caso da Semusa é apenas o mais recente de uma sequência de denúncias que vêm movimentando o cenário político da capital. Antes dela, a Secretaria-Geral de Governo (SGG) já havia sido alvo de suspeitas, inclusive com o ex-titular da pasta sendo remanejado para outra função dentro da própria administração. Fontes internas afirmam que boa parte das denúncias que chegam ao Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO) e Controladoria Geral têm origem anônima, muitas vezes partindo de servidores descontentes ou até de disputas internas conhecidas popularmente como “fogo amigo”.

Quem também tem se destacado nessa frente é o vereador Marcos Combate (AGIR), que vem apresentando um volume expressivo de documentos e representações contra a atual gestão. O parlamentar tem publicado vídeos e relatórios em suas redes sociais e encaminhado o material a diversos órgãos fiscalizadores, incluindo o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal. Segundo ele, as denúncias apontam irregularidades em contratos, licitações e nomeações.

Nos bastidores da política municipal, há consenso de que o período de bonança para o prefeito Léo Moraes chegou ao fim. A promessa de uma administração técnica e sem escândalos agora se vê desafiada por uma série de investigações que podem respingar em diferentes setores da Prefeitura. Assessores próximos ao prefeito acreditam que novas operações poderão ocorrer ainda neste segundo semestre, atingindo outras secretarias estratégicas.

Enquanto a máquina pública tenta se reorganizar, cresce a pressão por transparência e moralidade administrativa. Em uma cidade onde os servidores públicos formam uma das maiores bases de emprego e influência política, qualquer denúncia, por menor que pareça, tem potencial de gerar desdobramentos sérios. E, como se diz nos corredores da capital, “em Porto Velho, quando a fumaça sobe, logo vem fogo”.

Com o cerco se fechando e os órgãos de controle cada vez mais atuantes, o segundo ano de gestão de Léo Moraes tende a ser o mais turbulento desde que assumiu o comando da Prefeitura.

Da Redação

Participe da nossa comunidade!
Clique aqui para entrar no grupo do WhatsApp

Back To Top