Enquanto o lixo se acumulava nas calçadas e o mau cheiro se espalhava por diversos bairros de Porto Velho, o presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos (ARDPV), Oscar Neto, estava em viagem à França. A ausência do dirigente no momento mais crítico da crise da coleta expôs o vazio de liderança na autarquia e despertou dúvidas sobre a capacidade técnica e o preparo administrativo da atual gestão.
A vistoria técnica às instalações da empresa ECO PVH, realizada no sábado (9), foi conduzida pela vice-presidente Tânia Sena e pelos diretores técnico, financeiro e jurídico. Embora a equipe tenha demonstrado empenho em buscar soluções imediatas, a falta do presidente à frente das ações reforçou a percepção de desorganização e fragilidade de comando. Em qualquer estrutura pública, a liderança é o eixo que sustenta a administração — e se ausentar num momento de crise é o mesmo que deixar o leme em meio à tormenta.
Na gestão pública, o princípio da presença ativa é essencial. Em situações que exigem respostas rápidas e decisões firmes, o dirigente máximo precisa estar à frente, articulando equipes, coordenando medidas e transmitindo confiança à população. A ausência de Oscar Neto, justamente quando Porto Velho atravessava um colapso na coleta de lixo, mostrou desalinhamento com a realidade local e falta de prioridade com o interesse público.
O problema não se limita às falhas operacionais da empresa contratada. A situação revelou carência de planejamento e deficiências na condução administrativa da Agência, que se mostrou desgovernada quando mais precisava de direção técnica e política. Sem uma liderança presente, o controle do serviço — que é um dever do órgão fiscalizador — se tornou ineficiente, e a população pagou o preço com ruas tomadas por resíduos.
Enquanto a cidade lidava com o acúmulo de lixo e o desconforto diário, o presidente da ARDPV permanecia distante, tanto fisicamente quanto em compromisso. A autarquia operou como um barco sem capitão, movida apenas pela boa vontade de servidores e diretores que tentaram conter os danos.
A administração pública exige presença, competência e senso de responsabilidade. A ausência de Oscar Neto num momento de crise simboliza o oposto disso: improvisação, falta de preparo e distanciamento das necessidades reais de Porto Velho. A cidade esperava liderança e encontrou omissão — e essa distância pesa mais do que os milhares de sacos de lixo espalhados pelas ruas.
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