Israel lança ofensiva contra o Irã e gera temor de escalada militar no Oriente Médio

Israel lança ofensiva contra o Irã e gera temor de escalada militar no Oriente Médio

Após os ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo era impedir que o Irã obtenha armas nucleares.

O governo de Israel realizou o que classificou como “ataques preventivos” contra o Irã, intensificando a já delicada situação no Oriente Médio. Segundo autoridades israelenses, a operação, batizada de Nação de Leões, teve como alvos principais instalações nucleares e centros ligados ao programa de mísseis balísticos iraniano. Em resposta, Teerã prometeu retaliação e iniciou o lançamento de mais de 100 drones em direção a Israel, conforme relatado por fontes militares à CNN.

O ataque israelense teria causado a morte de três generais iranianos, incluindo o major-general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. A imprensa oficial do Irã também confirmou a morte de membros da cúpula da Guarda Revolucionária, entre eles seu comandante em chefe, Hossein Salami.

Vídeos e imagens divulgados por veículos iranianos mostraram explosões em cidades como Teerã, Isfahã, Arak e Kermanshah — locais que abrigam instalações militares e nucleares. Segundo a agência Irna, civis, incluindo mulheres e crianças, também morreram em áreas residenciais atingidas pelos bombardeios.

Após os ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo era impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Ele declarou que o país se encontra em um “momento decisivo da História” e que Israel não permitirá que um regime hostil desenvolva armamentos de destruição em massa.

— Se não agirmos agora, simplesmente não estaremos aqui — disse Netanyahu. — Quando um inimigo diz que pretende destruir você, acredite nele. E quando ele adquire meios para isso, detenha-o.

A operação foi confirmada pelas Forças Armadas israelenses na madrugada de sexta-feira (horário local). O Exército informou que dezenas de aeronaves participaram do ataque inicial, atingindo alvos estratégicos em várias regiões do Irã, incluindo a instalação de enriquecimento de urânio de Natanz — já alvo de ações anteriores atribuídas a Israel.

Retaliação e impactos regionais
Após a promessa de “punição severa” feita na TV estatal pelo líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, drones foram lançados a partir do território iraniano. Autoridades de segurança no Iraque relataram que os dispositivos cruzaram o espaço aéreo iraquiano rumo a Israel. Moradores da província de Diyala, na fronteira com o Irã, afirmaram ter ouvido explosões e o som de aeronaves.

Na Jordânia, sirenes soaram na capital e a Força Aérea foi acionada para interceptar mísseis e drones que poderiam cair em áreas povoadas. Segundo um oficial ouvido pela imprensa local, as interceptações foram justificadas por riscos à segurança da população civil.

Israel declarou estado de emergência e impôs restrições em todo o país. O Comando da Frente Interna determinou a suspensão de atividades educacionais, eventos públicos e funcionamento de locais de trabalho não essenciais. A medida visa preparar a população para uma possível retaliação em larga escala.

Reações internacionais
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques e pediu “máxima contenção” para evitar uma escalada regional. O Irã, por sua vez, acusou Israel de comprometer a segurança global e exigiu uma resposta firme da comunidade internacional.

Os Estados Unidos negaram envolvimento na ofensiva israelense. Segundo a CNN, o presidente Donald Trump reuniu seu gabinete para discutir a situação. Em pronunciamento anterior, Trump afirmou que um ataque israelense “poderia muito bem acontecer” e reconheceu o risco de um “conflito em grande escala” na região. Apesar disso, não está claro se Israel o informou previamente sobre a operação, como teria prometido.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou que a prioridade do governo americano é proteger suas tropas no Oriente Médio e advertiu que o Irã não deve atacar interesses norte-americanos.

Contexto e tensões anteriores
A ofensiva ocorre em um momento de enfraquecimento do chamado Eixo da Resistência, liderado pelo Irã, após reveses do Hezbollah no Líbano, do Hamas em Gaza e do regime de Bashar al-Assad na Síria. Netanyahu via essa conjuntura como uma janela de oportunidade para uma ação de grande escala contra Teerã.

Enquanto isso, Washington vinha tentando retomar negociações com o Irã sobre o programa nuclear, sete anos após Trump abandonar o acordo internacional. Um novo encontro entre representantes dos dois países estava previsto para domingo em Omã.

No entanto, na véspera do ataque, o Irã reagiu negativamente à aprovação de uma resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acusando o país de descumprir obrigações de não proliferação. Em resposta, Teerã prometeu expandir suas atividades nucleares, incluindo a construção de uma terceira unidade de enriquecimento de urânio.

Segundo Israel, o Irã já possui material suficiente para produzir múltiplas ogivas nucleares em poucos dias. Teerã, por outro lado, insiste que seu programa tem fins pacíficos e nega qualquer intenção de desenvolver armas atômicas — embora especialistas duvidem da real intenção do regime.

Com a ofensiva em curso, Netanyahu declarou que as operações militares continuarão “pelo tempo que for necessário” até que a missão seja concluída. Ao se dirigir à população iraniana, afirmou: — Não os odiamos. Vocês não são nossos inimigos. Nosso inimigo comum é o regime tirânico que os oprime.

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