Cabedelo em alerta: contador aponta déficit fiscal bilionário e omissões graves

A cidade de Cabedelo, na Paraíba, está passando por uma situação preocupante nas contas públicas. Segundo o contador Arthur Gadelha, que analisou dados oficiais do Tribunal de Contas do Estado, a Prefeitura gastou mais do que arrecadou nos primeiros seis meses de 2025. Enquanto a arrecadação foi de R$ 226,4 milhões, as despesas chegaram a R$ 292,8 milhões. Isso significa um déficit de cerca de R$ 66 milhões.

Um dos pontos mais graves apontados pelo contador é o gasto com pessoal. Embora a Prefeitura tenha informado que esses custos estavam dentro do limite permitido por lei, Gadelha afirma que foram deixadas de fora as despesas com empresas terceirizadas. Com esses valores somados, os gastos com folha de pagamento ultrapassam 80% da receita, bem acima do limite legal de 54%.

Mesmo com a promessa de cortar despesas, feita por meio de um decreto municipal, os gastos continuaram altos. Só em dívidas com fornecedores, conhecidas como “restos a pagar”, o município já acumula mais de R$ 73 milhões.

Outro problema levantado foi o uso do dinheiro público em despesas consideradas desnecessárias, como festas juninas, contratos caros com consultorias e aluguel de veículos. Um desses contratos, com o Instituto Áquila, custou mais de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. Além disso, algumas dessas consultorias ainda causaram perdas na arrecadação do ICMS da cidade.

Diante desse cenário, Arthur Gadelha fez uma série de sugestões para tentar reverter a situação. Entre elas estão o corte de gastos supérfluos, revisão de contratos, redução de privilégios para políticos, reforço na arrecadação de impostos e maior transparência nos gastos públicos. Ele também defende que os investimentos se concentrem nas áreas mais importantes, como saúde, educação e assistência social.

Segundo o contador, se nada for feito, Cabedelo corre o risco de enfrentar uma crise ainda maior, com dificuldades para manter serviços básicos. Ele reforça que os dados são oficiais e mostram a necessidade urgente de mudanças na forma como a cidade está administrando seus recursos.

Por Roberto Tomé  – Informa Paraíba