O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liberdade de Bruno Mendes de Jesus, natural de Rondônia. O homem foi preso em 4 de agosto em Boa Vista transportando 103 quilos de ouro em barras, avaliados em R$ 61 milhões.
A defesa já havia tentado obter a soltura no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), mas o desembargador Marcus Vinicius Reis Bastos rejeitou o pedido em 8 de agosto. Com a negativa também no STJ, Bruno permanece detido.
Os advogados alegaram ilegalidade na prisão em flagrante e desproporcionalidade da prisão preventiva. Argumentaram que o crime inicialmente imputado não justificaria medida tão rigorosa.
Tanto o TRF-1 quanto o STJ rejeitaram os argumentos. Os tribunais entenderam que a quantidade de ouro e a forma como estava escondida indicam crimes mais graves que a simples usurpação de bens da União, prevista no artigo 2º, §1º, da Lei n.º 8.176/91.
“A quantidade de minério encontrada em poder do paciente e a forma como estava acondicionado indicam a possibilidade dos fatos em apuração envolverem o cometimento de crimes outros”, destacou a decisão. “Não há que se falar, destarte, em desproporcionalidade da medida cautelar.”
Bruno Mendes foi detido durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-401, próximo à ponte dos Macuxis. Ele dirigia uma Toyota Hilux acompanhado da esposa e de um bebê de nove meses.
Durante a abordagem, o motorista se identificou como fiscal de obras e disse que trabalharia em Boa Vista. No entanto, não conseguiu fornecer detalhes sobre o local de trabalho, o que despertou suspeitas dos agentes.
Os policiais notaram sinais de adulteração no painel do veículo, o que motivou uma vistoria detalhada. A inspeção revelou um compartimento secreto onde estavam escondidas as barras de ouro.
O material apreendido representa uma das maiores apreensões de ouro já registradas na região Norte. Os 103 quilos de ouro em barras estão avaliados em aproximadamente R$ 61 milhões, valor que demonstra a dimensão da operação criminosa.
A PRF informou que o comportamento evasivo do condutor e as modificações no veículo foram fatores decisivos para a descoberta do carregamento ilegal. A sofisticação do compartimento secreto sugere planejamento e conhecimento técnico.
As autoridades trabalham para determinar a origem do ouro e identificar possíveis conexões com garimpos ilegais na região amazônica. Também investigam o destino final do material e buscam mapear a rede de pessoas envolvidas.
O caso pode revelar conexões com outros crimes, como lavagem de dinheiro e exploração ilegal de recursos minerais. A região amazônica enfrenta crescentes problemas relacionados a essas atividades, que causam danos ambientais e alimentam organizações criminosas.
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