Um passo decisivo para a segurança energética de Roraima foi dado com o sucesso do leilão de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que viabilizou um linhão de R$ 5,6 bilhões para conectar o estado ao Sistema Elétrico Nacional. O consórcio “Gênesis”, formado pelas empresas Alupar e Perfin, arrematou o principal lote do certame, que prevê a construção e manutenção da linha de transmissão que ligará Boa Vista (RR) ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Conhecido como Linhão de Tucuruí, o projeto é uma demanda histórica de Roraima, que atualmente depende da geração de energia por usinas termelétricas, mais caras e poluentes, e da instável importação de energia da Venezuela. A nova linha de transmissão terá aproximadamente 715 quilômetros, partindo da subestação de Manaus (AM), passando pelo município de Caracaraí (RR) e chegando à subestação de Boa Vista (RR), com um prazo de conclusão estimado em até seis anos.
Esta notícia é de extrema importância para a Região Norte por diversos fatores. Primeiramente, ao integrar Roraima ao SIN, o projeto encerra a dependência energética externa e a vulnerabilidade a crises, garantindo soberania e segurança no abastecimento para a população e as empresas. Além disso, a garantia de energia de qualidade a um custo potencialmente menor é um fator crucial para atrair novos investimentos e fomentar o desenvolvimento econômico sustentável de Roraima. Haverá também uma significativa redução de custos e de impacto ambiental, pois a substituição da energia gerada por termelétricas a diesel resultará na diminuição da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que onera todos os consumidores do país, e na redução da emissão de gases de efeito estufa.
A obra também é um marco na relação com povos originários, pois seu trajeto atravessa a Terra Indígena Waimiri-Atroari, envolvendo um longo histórico de negociações. A viabilização do leilão pressupõe o cumprimento de acordos e compensações socioambientais, tornando-se um caso de referência para grandes obras de infraestrutura na Amazônia. A concretização do Linhão de Tucuruí é, portanto, um divisor de águas para Roraima, prometendo destravar o potencial econômico do estado e garantir um futuro energético mais estável e sustentável.
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