O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, formalizou sua saída do cargo nesta sexta-feira, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Em seu lugar, foi anunciado o ex-deputado federal Wolney Queiroz, que ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta. A exoneração de Lupi e a nomeação de Queiroz serão publicadas em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta sexta-feira.
Em comunicado nas redes sociais, Carlos Lupi, que também é presidente nacional do PDT, afirmou que sua decisão de deixar o ministério ocorreu com a “consciência tranquila”, ressaltando que seu nome não foi citado nas investigações em curso sobre irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, declarou.
A saída de Lupi ocorre em meio à repercussão da operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, deflagrada na semana anterior, que apura um esquema de descontos indevidos de mensalidades associativas diretamente nos benefícios do INSS. As investigações apontam que o suposto esquema teve início ainda em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e teria movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões até 2024.
A crise já havia resultado na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de quatro dirigentes da autarquia e de um policial federal. Além disso, deputados da oposição protocolaram pedido para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar o envolvimento de sindicatos nas irregularidades.
Durante a semana, Lupi prestou depoimento à Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, mas a pressão política tornou sua permanência no cargo insustentável.
Após a operação, o INSS suspendeu todos os descontos relacionados aos acordos com entidades associativas. Paralelamente, a Advocacia-Geral da União (AGU) criou um grupo de trabalho para buscar a reparação dos prejuízos causados aos beneficiários. O presidente Lula, em pronunciamento no Dia do Trabalhador, assegurou que os prejudicados serão ressarcidos.
Carlos Lupi se despediu agradecendo aos mais de 20 mil servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social. “Homens e mulheres que sustentam, com dedicação, o maior programa social das Américas”, afirmou.
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