O governo de Marcos Rocha caminha para o fim de mandato com a caneta pesada e a tesouraria aberta. A Assembleia Legislativa autorizou novas operações de crédito que somam R$ 383 milhões, reforçando o caixa de obras públicas em plena pré-eleição. O dinheiro será dividido entre o Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), que ficará com R$ 252 milhões, e a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), com R$ 130 milhões.
Os empréstimos, firmados com o Banco Bradesco, chegam num momento em que o Estado já havia obtido autorização anterior para contrair R$ 985 milhões. Com o novo pacote, Rondônia soma mais de R$ 1,3 bilhão em créditos aprovados apenas neste ciclo, mantendo ainda uma margem de R$ 603 milhões para futuras operações.
Apesar do discurso de planejamento e investimento, o calendário não passa despercebido. As obras financiadas devem começar apenas no período seco da Amazônia, entre maio e junho, coincidentemente a poucos meses da saída de Rocha do cargo para disputar o Senado. A execução dos projetos, portanto, ficará sob responsabilidade do próximo governo, mas o pagamento das parcelas começará ainda sob o orçamento estadual.
Durante a tramitação do projeto na Assembleia, o deputado Rodrigo Camargo chegou a questionar a real capacidade financeira do Estado para assumir mais dívidas, pedindo informações sobre o limite de endividamento. A solicitação foi rejeitada, e a aprovação passou sem resistências significativas.
Marcos Rocha planeja deixar o governo em abril de 2026 e entregar a cadeira ao vice, Sérgio Gonçalves, que deve disputar a reeleição. A relação entre os dois é tensa e marcada por desconfianças. Rocha já exonerou o vice do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico em rede pública, gesto visto como sinal de ruptura política.
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