Operação “A Última Dose” investiga venda ilegal da vacina BCG, distribuída de graça pelo SUS, por R$ 200 em Cacoal
Imagem: DRACO

Operação “A Última Dose” investiga venda ilegal da vacina BCG, distribuída de graça pelo SUS, por R$ 200 em Cacoal

Os policiais buscam documentos, computadores, registros financeiros e outros materiais que possam comprovar o alcance do esquema.

Cacoal, RO — A Polícia Civil de Rondônia, por meio da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO2), em conjunto com o Ministério Público Estadual, desencadeou nesta terça-feira (19) a Operação “A Última Dose”, que apura um esquema de desvio e comercialização clandestina de vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS) em Cacoal.

De acordo com as investigações, o esquema teria contado com a participação de servidores públicos e de uma clínica privada de imunização, suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada em subtrair vacinas destinadas à rede pública e revendê-las de forma ilegal.

A ação inclui o cumprimento de mandados de busca e apreensão em residências de investigados, na sede da empresa envolvida, na Secretaria Municipal de Saúde e também no Centro Especializado em Reabilitação (CER II). Os policiais buscam documentos, computadores, registros financeiros e outros materiais que possam comprovar o alcance do esquema.

Além disso, a Justiça determinou medidas cautelares, como a proibição de contato entre investigados e testemunhas, bem como a restrição de acesso dos suspeitos às unidades de saúde do município, exceto em casos de atendimento médico pessoal.

O foco principal da investigação é a vacina BCG, aplicada em recém-nascidos para prevenir formas graves de tuberculose. A DRACO2 aponta que a clínica particular investigada cobrava R$ 200 por dose, apesar de o imunizante ser oferecido gratuitamente pelo SUS.

As apurações revelaram ainda que lotes específicos da BCG, fabricados pelo Serum Institute da Índia e enviados oficialmente apenas para Rondônia, foram utilizados pela clínica privada meses após a distribuição, constando nos cartões de vacinação de pacientes.

O caso se torna ainda mais grave porque, desde maio de 2023, o Ministério da Saúde suspendeu a comercialização da vacina BCG pela rede privada. Ou seja, qualquer posse ou aplicação do imunizante fora do sistema público passou a ser considerada irregular.

A operação segue em andamento, e os investigadores apuram a extensão do desvio, bem como os prejuízos causados à população e à saúde pública do município.

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