A Morte do Senador Colombiano Miguel Uribe Turbay: um golpe à democracia
Presidenciavel da Colômbia, Miguel Uribe morre dois meses após atentado e comove Colômbia

A Morte do Senador Colombiano Miguel Uribe Turbay: um golpe à democracia

O ataque, ocorrido em um parque público da capital, foi capturado em vídeo, chocando o país e levantando questões sobre a segurança de líderes políticos em um contexto de polarização e violência crescente.

A morte do senador colombiano Miguel Uribe Turbay, em 11 de agosto de 2025, abalou a Colômbia e reacendeu temores sobre a violência política em um país com histórico de magnicídios. Aos 39 anos, Uribe Turbay, senador pelo partido opositor Centro Democrático e pré-candidato à presidência para 2026, faleceu após mais de dois meses internado em decorrência de um atentado sofrido em 7 de junho, durante um ato de campanha em Bogotá. Baleado na cabeça por um atirador, ele passou por múltiplas cirurgias, mas sucumbiu a uma hemorragia cerebral, conforme informado pelo hospital e por sua esposa, María Claudia Tarazona.

Nascido em uma família marcada pela política e pela tragédia, Miguel Uribe Turbay era neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala (1978-1982) e filho da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 pelo cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar. Essa perda pessoal moldou sua trajetória, levando-o a ingressar na política com ênfase em segurança e combate ao crime organizado. Formado em direito, ele foi secretário de Governo de Bogotá (2016-2019) antes de se eleger senador em 2018 pelo Centro Democrático, partido fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, de quem se tornou aliado próximo, apesar de não serem parentes. Como senador, defendeu políticas duras contra grupos armados e se consolidou como uma voz jovem e carismática da direita colombiana, pai de um filho pequeno e padrasto de três meninas.

O atentado contra Uribe Turbay foi um golpe à democracia colombiana. A Fiscalía General de la Nación deteve seis suspeitos, incluindo um menor de 14 anos, apontado como o autor dos disparos, e adultos como Carlos Eduardo Mora e Elder José Arteaga, acusados de planejar o crime. A promotoria investiga ligações com a Segunda Marquetalia, dissidência das ex-FARC que retomou as armas após o acordo de paz de 2016. Classificado como magnicídio, o caso está sob escrutínio para identificar possíveis mandantes intelectuais, em um país onde assassinatos políticos, como os de Luis Carlos Galán (1989) e Jorge Eliécer Gaitán (1948), marcaram a história. A violência do ataque, incomum por ocorrer em Bogotá, reforça preocupações com o ressurgimento de grupos armados e falhas na implementação do acordo de paz.

A morte de Uribe Turbay gerou comoção unânime, transcendendo divisões políticas. O presidente Gustavo Petro, adversário ideológico, lamentou: “A vida está acima de qualquer ideologia. Cada colombiano assassinado é uma derrota para a Colômbia”. Álvaro Uribe, mentor do senador, descreveu a perda como a destruição de “uma esperança” para o país, enquanto a vice-presidente Francia Márquez pediu união contra a violência. Líderes como o ex-presidente Iván Duque e a senadora María Fernanda Cabal, do Centro Democrático, destacaram a integridade de Uribe Turbay e seu potencial para liderar a Colômbia. Internacionalmente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, condenaram o ato, exigindo justiça. Até o cantor Maluma se pronunciou, chamando a morte de “um chamado” para o povo colombiano. O prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, decretou três dias de luto oficial.

O impacto político do assassinato é profundo. Com as eleições de 2026 se aproximando, a morte de Uribe Turbay enfraquece o Centro Democrático, que perde uma figura promissora da nova geração da centro-direita. O episódio intensifica debates sobre a segurança de candidatos e a fragilidade do processo de paz, enquanto a polarização entre governo e oposição cresce. Líderes da esquerda, como María José Pizarro, propuseram um dia de luto nacional, mas analistas temem que o crime possa inflamar ainda mais as tensões políticas. A Colômbia, marcada por décadas de violência, enfrenta agora o desafio de proteger sua democracia e evitar que a história de magnicídios se repita, enquanto a justiça busca respostas para honrar a memória de Miguel Uribe Turbay.

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