O Centro-Oeste deve ser a única região do país a acelerar seu crescimento econômico em 2025, impulsionado por uma safra recorde de grãos e pela diversificação dos investimentos no agronegócio.
Segundo a Tendências Consultoria, após avançar 2% em 2024, o PIB regional deve crescer 2,8% neste ano. Caso a projeção se confirme, o Centro-Oeste ficará acima da média nacional, que deve ter alta mais modesta de 1,9% — ritmo inferior à cerca de 3% registrados nos últimos quatro anos. O desempenho geral do país será limitado por desafios como pressões fiscais, incertezas políticas e juros elevados.
No agronegócio, a recuperação é especialmente significativa. Após queda de 6,1% no PIB agropecuário em 2024, em razão das perdas causadas pelo El Niño, o setor deve crescer 6% em 2025, com destaque para a produção de grãos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra de soja chegue a 166 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 12,4% em relação à anterior. O Centro-Oeste responderá por quase metade desse volume, com cerca de 79,8 milhões de toneladas — alta de 17,1% sobre a colheita anterior. Já a safra regional de milho deve crescer 4,7%, alcançando 71,8 milhões de toneladas.
Apesar das condições climáticas favoráveis no início do ciclo, produtores de soja enfrentam desafios como alta umidade, podridão de vagens e atrasos no plantio do milho, sobretudo em Mato Grosso e Goiás. Esses fatores podem pressionar a infraestrutura de armazenagem e secagem. Já o setor de carne bovina, limitado pela retenção de fêmeas e menor oferta para abate, deve ter crescimento mais moderado.
Além do agronegócio, o Centro-Oeste se beneficia de avanços na infraestrutura e de grandes projetos industriais. A região deve crescer em média 2,8% ao ano entre 2026 e 2034, acima dos 2,3% previstos para o Brasil, segundo a Tendências. A expansão será favorecida por melhorias logísticas — como rodovias, ferrovias e o corredor do Arco Norte — e pelo fortalecimento dos setores de celulose e biodiesel.
No Norte, investimentos em infraestrutura ajudam a impulsionar o Centro-Oeste. A emissão de licenças para as eclusas de Tucuruí, no Pará, em janeiro, liberou a navegação no rio Tocantins até Marabá, facilitando o escoamento de grãos. Segundo Flávio Acatauassú, presidente da Amport, o transporte de cargas pelo baixo Tocantins deve atrair empresas interessadas em reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade da produção agrícola.
A indústria de celulose também se destaca. Em 2023, a Suzano concluiu o Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo (MS), com investimento de R$ 22,2 bilhões. Já a Bracell avança com projeto de R$ 23,2 bilhões para construir uma fábrica em Água Clara (MS), com capacidade anual de 2,8 milhões de toneladas, atualmente em fase de estudos ambientais.
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