Dono da Ultrafarma é preso em operação que investiga esquema de corrupção bilionário
O empresário paulista Sidney OIiveira, dono da rede Ultrafarma (Marcia Stival/Wikimedia Commons)

Dono da Ultrafarma é preso em operação que investiga esquema de corrupção bilionário

A ação contou com o apoio da Polícia Militar e cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados.

Na manhã de terça-feira, 12 de agosto de 2025, o Ministério Público de São Paulo deflagrou a Operação Ícaro, que resultou na prisão temporária de Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma. Também foram detidos Mario Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, apontado como líder de um esquema bilionário de corrupção.

As apurações do Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC) indicam que, desde 2021, auditores fiscais teriam recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas. O dinheiro era repassado por meio de empresas de fachada, incluindo uma registrada em nome da mãe do auditor, para dar aparência de legalidade aos valores e facilitar a regularização indevida de dívidas tributárias de grandes empresas. Além de Artur Gomes, outro auditor, Marcelo de Almeida Gouveia, atuava diretamente na execução das fraudes, enquanto um terceiro servidor, que se aposentou em janeiro, também é alvo da investigação.

Durante as diligências, foram apreendidos dinheiro em espécie, joias de alto valor — entre elas esmeraldas — e documentos que serão periciados. Sidney Oliveira foi encontrado em sua chácara, em Santa Isabel, na Grande São Paulo, enquanto Mario Otávio Gomes foi preso em seu apartamento na capital. O auditor líder do esquema também foi localizado e preso.

O Ministério Público aponta que os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Secretaria da Fazenda de São Paulo informou ter instaurado processo administrativo para investigar a conduta do servidor e que aguarda o compartilhamento das provas pelo MP-SP. A pasta afirmou repudiar qualquer prática ilícita e reforçou o compromisso com a transparência e a justiça fiscal.

A Operação Ícaro segue em andamento, e novas medidas judiciais não estão descartadas, já que o Ministério Público trabalha para identificar outros beneficiários do esquema e aprofundar a análise do patrimônio dos investigados. O caso expõe a atuação de um sofisticado sistema de corrupção que envolvia agentes públicos e empresários, com impactos milionários nos cofres do Estado.

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