A seca que atingia parte significativa da Região Centro-Oeste apresentou recuo nos últimos meses, especialmente em Mato Grosso e Goiás. Segundo o boletim mais recente do Monitor de Secas, divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e defesas civis estaduais, houve uma redução significativa nas áreas com déficit hídrico entre maio e junho.
Em Mato Grosso, áreas que antes registravam seca moderada agora apresentam apenas sinais leves de estiagem ou já estão fora da zona crítica. Em Goiás, o centro e o sudoeste do estado também tiveram recuperação das condições climáticas, com impacto direto no calendário agrícola, especialmente nas culturas de soja e milho.
Apesar da melhora, os especialistas alertam que o cenário ainda exige atenção. Camila Sapucci, climatologista da Tempo OK, explica que a irregularidade das chuvas durante o verão deixou o solo com baixa umidade, aumentando o risco de retorno da estiagem:
“A chuva que aconteceu nos meses de verão foi bem irregular em áreas do Sudeste e do Centro-Oeste, o que deixou o solo com pouca umidade. Quando começou o período de estiagem, o solo na região central estava com uma concentração muito baixa de umidade”, afirma.
Ana Paula Cunha, pesquisadora do CEMADEN, reforça que o fenômeno ainda pode durar mais alguns meses:
“A realidade é diferente para o Centro-Oeste e Norte do país, que sofrerão com a seca até o final de outubro, se não houver mudanças significativas no padrão de chuvas”, aponta.
Além da agricultura, que é o motor econômico da região, a seca afeta o abastecimento de água e a geração de energia em localidades que dependem de pequenas hidrelétricas. Por isso, o monitoramento segue constante, com novas análises mensais para orientar ações preventivas.
A expectativa, segundo especialistas do Monitor de Secas, é que a transição para o segundo semestre traga chuvas mais regulares, favorecendo uma recuperação gradual do equilíbrio hídrico. Enquanto isso, estados como Mato Grosso e Goiás seguem em estado de atenção, adotando medidas de uso racional da água e apoio técnico a produtores das áreas mais sensíveis.
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