Tribunal de Contas aperta o cerco e quer saber como o governador de Rondônia está gastando com viagens
Foto: Divulgação / Internet

Tribunal de Contas aperta o cerco e quer saber como o governador de Rondônia está gastando com viagens

Um caso emblemático, por exemplo, ocorreu em 2019, quando o governador e dois assessores viajaram para São Paulo e Brasília.

O Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) decidiu investigar a fundo os gastos com diárias de viagens feitos pelo governador Marcos Rocha e seus secretários. A decisão, tomada nesta terça-feira (23), surgiu após indícios de que os valores pagos estão acima do normal, com justificativas consideradas frágeis pelos técnicos do tribunal. Um caso emblemático, por exemplo, ocorreu em 2019, quando o governador e dois assessores viajaram para São Paulo e Brasília. A viagem custou mais de R$ 35 mil aos cofres públicos, sendo quase R$ 19 mil apenas em diárias. Agora, o TCE quer saber se esse tipo de despesa se repetiu com frequência nos últimos anos.

A investigação não acontece por acaso. Enquanto o governo estadual investe valores altos em deslocamentos, a saúde pública enfrenta sérios problemas. Há falta de profissionais, insumos básicos e estrutura em várias unidades. Segundo o próprio tribunal, os valores de algumas dessas viagens dariam para pagar o salário de enfermeiros por vários meses. A comparação é vista com preocupação, especialmente em um cenário onde o estado enfrenta dificuldades para manter o atendimento básico à população.

Outro ponto que chamou a atenção do Tribunal é o gasto com publicidade institucional. Enquanto postos de saúde estão em situação crítica, o governo veiculava campanhas dizendo que tudo estava indo bem. A suspeita é que parte do dinheiro público destinado à propaganda, assim como o das viagens, poderia ter sido melhor aplicado em áreas essenciais como saúde e educação.

Diante desse cenário, o TCE exigiu que o governo entregue relatórios detalhados de todas as viagens realizadas a partir de 2023, incluindo locais visitados, motivos das idas, número de servidores envolvidos e valores pagos. Além disso, pediu as notas fiscais de hospedagens, passagens e diárias, bem como os contratos de publicidade firmados pela Secretaria de Comunicação.

Se forem encontradas irregularidades, os responsáveis poderão ser multados e até obrigados a devolver os valores pagos de forma indevida. A investigação também pode gerar um forte impacto político, já que expõe contradições entre o discurso oficial de eficiência e o uso real do dinheiro público. Em um momento de desgaste e pressão por transparência, o caso das diárias pode se tornar o estopim de uma crise maior dentro do governo de Rondônia.

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