O ex-deputado federal Cabo Daciolo, bastante conhecido por sua candidatura à Presidência em 2018 e pelos bordões religiosos, mudou seu domicílio eleitoral para Rondônia. Esse movimento alimenta a hipótese de que ele possa concorrer ao Senado nas eleições de 2026.
A chegada de Daciolo ao tabuleiro político do estado já altera o quadro entre os candidatos que vinham se articulando. O senador Marcos Rogério (PL) mira a reeleição. O deputado estadual Rodrigo Camargo, alinhado ao prefeito Léo Moraes, surge como alternativa viável, com forte penetração no interior. Camargo, que é católico praticante, busca transitar entre diferentes comunidades religiosas e atrair eleitores evangélicos.
Entre os nomes em evidência aparecem ainda a deputada federal Sílvia Cristina, considerada opção para segundo voto de eleitorado moderado, e o empresário Bruno Scheid, ligado ao agronegócio e apresentado como apoio bolsonarista no estado.
Um dado importante: cerca de 42% dos eleitores em Rondônia declaram-se evangélicos — segmento que pode favorecer Daciolo, dado seu histórico de discurso religioso e estilo de comunicação com esse público. Por outro lado, Camargo pode ter vantagem por conseguir dialogar com católicos e evangélicos de modo mais equilibrado.
O ingresso de Daciolo na disputa reacende o embate entre candidatos com forte respaldo nacional e lideranças locais. Rondônia terá de decidir se mantém apostas externas ou se dá espaço a figuras endógenas, que se legitimem pela presença no território.
Em 2026, o embate promete ser intenso tanto no plano ideológico como no simbólico — e a transferência de título de Daciolo pode ser o prenúncio de uma das disputas mais observadas no estado.
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