Um grave atropelamento chocou moradores de Rio Branco, no Acre, na noite de sábado, 26 de julho. Quatro mulheres, com idades entre 53 e 71 anos, foram atingidas por um veículo enquanto retornavam de um culto religioso no bairro Abraão Alab. O motorista, identificado como Nicolas Souza, de 23 anos, é técnico em enfermagem e pertence ao 4º Batalhão de Infantaria de Selva, o 4º BIS, unidade do Exército Brasileiro com atuação na região amazônica.
Testemunhas relataram que Nicolas conduzia um Volkswagen Gol preto de forma visivelmente perigosa, fazendo zigue-zague pela rua Rio de Janeiro, no sentido Centro–bairro. A suspeita de embriaguez foi reforçada por relatos de que o carro trafegava em alta velocidade e com falta total de controle. Ao chegar ao cruzamento com a rua Veterano Ernesto Sales, o condutor perdeu a direção do veículo, invadiu a calçada e atropelou as quatro mulheres que caminhavam lado a lado.
As vítimas foram identificadas como Maria de Fátima Oliveira Mendonça, de 71 anos, Maria Ercília Araújo da Rocha, de 54, Marilene Ferreira da Silva, de 53, e Marizete Ferreira da Silva, de 61 anos. Três delas sofreram escoriações leves e receberam atendimento no próprio local por equipes do Samu. A quarta vítima, Marizete, teve lesões mais sérias, incluindo um corte profundo no joelho e sangramento intenso. Ela foi levada ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde permanece internada sob observação no setor de traumatologia, em estado estável.
Após o atropelamento, Nicolas tentou deixar o local sem prestar socorro às vítimas, atitude que agravou ainda mais a gravidade do caso. No entanto, motociclistas de aplicativo que transitavam pela região presenciaram o ocorrido e conseguiram impedir a fuga do condutor. A Polícia Militar foi acionada e chegou rapidamente ao local, garantindo que o suspeito não fosse agredido por populares revoltados com a cena.
O Batalhão de Policiamento de Trânsito, o BPTran, realizou o teste do bafômetro, que apontou 0,87 miligramas de álcool por litro de ar expelido. O índice é quase três vezes superior ao limite permitido por lei, o que confirma o estado de embriaguez do condutor. Diante disso, Nicolas foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Flagrantes, a Defla, onde permanece custodiado, à disposição da Justiça.
Outro ponto relevante na investigação é que o veículo envolvido no atropelamento não pertencia ao motorista, mas sim ao seu padrasto, que afirmou não ter autorizado o uso do carro. O automóvel já possuía um histórico de infrações de trânsito, incluindo autuação anterior relacionada à chamada “lei do álcool zero”. Com o novo episódio, o carro foi apreendido e levado ao pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), onde ficará à disposição das autoridades.
O caso, que mobilizou moradores do bairro e gerou forte comoção nas redes sociais, levanta mais uma vez o debate sobre a responsabilidade no trânsito e os perigos da combinação entre álcool e direção. Embora, felizmente, nenhuma das vítimas tenha perdido a vida, a ocorrência poderia facilmente ter terminado em tragédia. A expectativa agora é de que o processo legal siga seu curso, com apuração rigorosa dos fatos e responsabilização adequada do condutor.
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