Domingo de fiscalização do TCE escancara caos na saúde de Porto Velho

Domingo de fiscalização do TCE escancara caos na saúde de Porto Velho

A blitz surpresa foi conduzida no dia 6 de julho e deixou pacientes e profissionais boquiabertos com o nível de abandono encontrado.

Domingo de fiscalização do TCE escancara caos na saúde de Porto Velho: falta de medicamentos, equipamentos quebrados e sobrecarga no SAMU!

Em um domingo que ficará marcado na história da saúde pública de Porto Velho, o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou uma megaoperação de fiscalização que revelou um verdadeiro cenário de calamidade nas principais unidades de saúde da capital. A blitz surpresa foi conduzida no dia 6 de julho e deixou pacientes e profissionais boquiabertos com o nível de abandono encontrado.

As inspeções aconteceram na UPA Leste, UPA Sul, Pronto Atendimento José Adelino, Policlínica Ana Adelaide e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), locais considerados estratégicos no atendimento à população. O resultado foi um dossiê chocante: faltam medicamentos essenciais, não há insumos básicos como seringas, compressas e sondas, e os equipamentos fundamentais para salvar vidas estão parados ou quebrados.

Na UPA Leste, o retrato do descaso salta aos olhos. O setor de raio-X, fundamental para diagnósticos rápidos, estava totalmente inoperante, obrigando o fechamento e comprometendo o atendimento de emergência. Para piorar, as calçadas em frente à unidade apresentavam buracos que colocam em risco até quem busca ajuda, além da falta de medicamentos básicos que deixam pacientes à mercê da sorte.

A situação na UPA Sul também é alarmante. Materiais de sutura de baixa qualidade, salas com odor forte e ar-condicionado quebrado há mais de um mês tornaram o ambiente quase inóspito. Para agravar, a escala de plantonistas estava desatualizada, gerando confusão e atrasos no atendimento. Pacientes reclamaram do descaso e da demora, criando uma atmosfera de indignação e medo.

Já na Policlínica Ana Adelaide, mesmo com o reforço médico em dias críticos, a escassez de medicamentos e insumos prejudica a rotina de trabalho e coloca vidas em risco. Alguns pacientes chegam a esperar até dois dias por uma vaga no Hospital João Paulo II, cenário que evidencia a precariedade e a lentidão do sistema de regulação.

O SAMU, que deveria ser o pilar da urgência e emergência na cidade, está afundado em problemas. A fiscalização constatou ambulâncias paradas por falta de manutenção, ausência de desfibriladores funcionando corretamente e falta de aspiradores portáteis. Médicos desaparecem das escalas, há déficit de profissionais e até casos de uso indevido das ambulâncias para transportar pacientes não urgentes, sobrecarregando ainda mais a equipe.

Prefeitura pressionada!

Diante do caos exposto, o TCE-RO notificou a Prefeitura de Porto Velho para que adote medidas imediatas. Entre as determinações estão a reposição urgente de medicamentos e insumos, o conserto e manutenção de equipamentos, a reestruturação das escalas de plantão e o reforço das equipes médicas. Caso não haja cumprimento das recomendações em até 10 dias, os gestores poderão ser responsabilizados legal e administrativamente, podendo responder por negligência grave.

Mesmo em meio a tantas falhas, os profissionais de saúde e os pacientes reconheceram o impacto positivo das fiscalizações. Muitos afirmaram que a presença do Tribunal traz esperança de mudança e já surtiu efeitos iniciais. “O Tribunal precisa continuar fiscalizando, senão ninguém toma providência”, disse Bruno Leive, um dos cidadãos entrevistados.

A médica Gwenaelle Andreato, que atua na UPA, destacou que já sente melhorias na oferta de insumos e medicamentos, mas alertou que ainda há muito a avançar. Sua colega Rivânia Neves reforçou a importância da fiscalização constante, ressaltando que as intercorrências diárias exigem estrutura adequada para garantir a vida dos pacientes.

Para o TCE-RO, a missão está clara: defender a saúde pública e garantir que cada cidadão tenha acesso a um atendimento digno e seguro. O secretário-geral de Controle Externo, Marcus Cézar Filho, enfatizou que apesar dos avanços pontuais, é necessário continuar combatendo as falhas com rigor. “É o Tribunal de Contas trabalhando incansavelmente para proteger o cidadão de Porto Velho”, afirmou.

O recado foi dado, alto e claro: ou a saúde muda, ou os responsáveis pagarão caro! A população agora aguarda ansiosa para ver se as promessas sairão do papel ou se o caos continuará reinando nos corredores das unidades de saúde da capital.

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